quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Aproveitando os recursos naturais

A Fiocruz Mata Atlântica organizou na Colônia Juliano Moreira dois cursos para estimular o uso de energias de fontes renováveis.

Formandos da Oficina de Captação de Energia Solar



Curso de captação de água de chuva

domingo, 9 de outubro de 2011

VITORIA DO ARROIO PAVUNA

,No dia 30 de setembro saiu no Diário Oficial do Municipio do Rio de Janeiro, à Rio Águas cancelando a NOTIFICAÇÃO Nº 173/2011. Notificação esta que penalizava a comunidade que teria de demolir suas proprias casas, no prazo máximo de 15 dias . O trabalho do Nucleo de Terras e em conjunto com Ministerio Publico Federal nos favoreceu, a Rio Águas analizou os documentos encaminhados pelo Ministerio Público Federal, chegou a conclusão de cancelar a notificação.

A vitoria foi um conjunto de forças, da comunidade e dos nossos aliados institucionais, Secretária do Patrimonio da União,Nucleo de Terras e Habitação na pessoa do nosso Defensor Dr. Ralfh, ITERJ e Ministerio Público Federal na pessoa da Dra. Gisele Porto e Dra. Aline Caixeta.
A luta não se encerra aí, foi a vitória de uma grande batalha, mas a guera ainda não está ganha, falta a resolver a questão da ponte. Continuaremos a luta.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Banco CDD e suas contradições

Moro na Cidade de Deus e senti a necessidade de entender essa novidade que é o Banco Comunitário da Cidade de Deus. Saí por algumas ruas da comunidade e tive conversas informais com moradores e comerciantes em relação ao banco comunitário da CDD. Muitos deles não sabiam nem do que se tratava, então resolvi explicar o que eu havia entendido sobre o mesmo.


No meio de tantas conversas, resolvi por no papel as opiniões de quatro moradores, atribui número a eles, porque nem sempre gostam de divulgar os nomes. Os moradores 1, 3 e 4 são homens e comerciantes. O morador 2 é uma mulher, não comerciante.


Eis as perguntas que fiz:


1. Sabe da existência do banco comunitário da CDD?

Morador 1: Sim.

Morador 2: Sim.

Morador 3: Sim.

Morador 4: Sim.


2. Sabe como funcionará?

Morador 1: Sim.

Morador 2: Sim. Nós trocaremos o real pelo CDD e usaremos o mesmo , aqui, na comunidade da Cidade de Deus.

Morador 3: Sim.

Morador 4: Não.


3. Sabe a proposta do banco?

Morador 1: Sim.

Morador 2: Incentivar o comércio interno, gerando assim, melhorias, benefícios, emprego, enfim, um desenvolvimento na comunidade.

Morador 3: Sim.

Morador 4: Não


4. Quais benefícios acredita que terá?

Morador 1: Crescimento e maior renda para o comércio e empregados.

Morador 2: É uma bela iniciativa e um verdadeiro incentivo ao desenvolvimento sócio-econômico da Cidade de Deus.

Morador 3: Nada de bom.

Morador 4: Melhorar o bairro.


5. O que gostaria que o banco lhe proporcionasse?

Morador 1: Empréstimos com juros baixos para ter condição de mercadoria variável.

Morador 2: Mais desenvolvimento.

Morador 3: Financiamento dentro da realidade.

Morador 4: Desenvolvimento e crédito justo.


6. O banco representará algum problema paras ou para a comunidade?

Morador 1: Pode ser, se não for fiscalizado. Podem falsificar as notas.

Morador 2: Acredito que não.

Morador 3: Sim.

Morador 4: Não, só benefícios.


7. Há alguma desconfiança em relação ao banco?

Morador 1: Sim.

Morador 2: Por enquanto, não.

Morador 3: Não, só não sabia que o país possui duas moedas.

Morador 4: Não.


8. Já teve alguma experiência com o banco?

Morador 1: Sim

Morador 2: Infelizmente, ainda não, mas pretendo ter o mais rápido.

Morador 3: Não.

Morador 4: Ainda não.


Com essa pequena pesquisa pela comunidade, percebi que as opiniões sobre o Banco são bem diferenciadas, inclusive por falta de informação. Acredito que essa divergência ocorra também em função da divisão do território da Cidade de Deus de acordo com a prestação de serviços e os estereótipos criados. Eu, particularmente, não vejo grandes possibilidades com o Banco para a comunidade. Uma entrevistada artesã, por exemplo, me contou que não existe na Cidade de Deus um lugar onde possa comprar matéria-prima para fazer seus produtos, precisa ir até o Mercadão de Madureira. Além disso, na região em que moro e em outras, a moeda CDD não circula. Então, como este Banco está fortalecendo nossa economia local? Do mesmo jeito que as pessoas estão usando esta moeda, poderiam usar o Real. Isso apenas serve para demonstrar a presença da Prefeitura, de modo a aliviar um pouco a carência dos serviços que deveriam prestar.


Juliana Vidal

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

5º Encontro Estadual Rede Fé e Política

Neste sábado, dia 24, vai acontecer o quinto Encontro Fé e Política do Estado do Rio de Janeiro, no Centro Pastoral dos Capuchinhos. O tema desta edição será "O Sistema Capitalista e o Futuro do Planeta: em busca da Sociedade do Bem-Viver".

A proposta do Encontro é juntar pessoas que atuam no campo social para refletir sore fé e política e contribuir com o avanço do processo democrático, através da discussão de estratégias de controle social sobre a gestão pública.

Local: Igreja dos Capuchinhos (R. Haddock Lobo, 266 - Tijuca)
Horário: 8h às 16h
Contribuição de R$10,00 (garante lanche, café e almoço)

"Detesto Rock in Rio"

O Rock in Rio começa amanhã. Os cariocas estão eufóricos com a chegada da espetacular semana do rock. Mas essa imagem fantasiosa desagrada Joselina Pachá, que mora na Estrada dos Mananciais e faz trabalho voluntário na Cidade de Deus. "Eu não gosto mesmo do Rock in Rio. Estamos com vários problemas, precisando de muitas coisas e ficam gastando dinheiro com rock?", indigna-se Jô.

Joselina dispara as críticas. "Dizem que vai gerar mais emprego, mas isso é só temporariamente. Estão dando emprego como se fosse um grande benefício, mas ninguém fala dos danos ao meio ambiente. Por conta das obras do Rock in Rio, parte da lagoa em frente ao Rio Centro foi aterrada. Depois fica só destruição. Não tive coragem de mandar nenhum jovem para trabalhar lá. Imagina o transtorno para chegar e sair? E o barulho? Os moradores da redondeza que têm carro precisarão se cadastrar para terem acesso ao local em que vivem. Vê se pode?! O trânsito está caótico. E os investimentos na educação e na saúde? Rock in Rio é desperdício de dinheiro público."

Dona Jô é agente da Pastoral do Menor, líder da Pastoral da Criança e do Banco da Providência. Ela é uma entusiasmada multiplicadora de cidadania: revindica os direitos e melhores condições de vida para a população. Ela costuma, por exemplo, averiguar como estão os atendimentos no postos médicos e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Na UPA da Cidade de Deus constatou a falta de médicos. Não tem oftamologista, ginecologista, ortopedista, nada. Só um clínico geral! Sem contar que os pacientes ficam em torno de três hora na espera para serem atendidos.

No posto de saúde do Tanque, Joselina conheceu uma bebê que nasceu em maio e só vai ao médico mês sim, mês não. Nem exame do pézinho a criança fez, por falta do kit para o exame. Mandam a mãe para o Centro da cidade para fazer o teste.

Jô estimula às pessoas a revindicar, denuciar. "Quem sabe que lá tem exame de graça? Ninguém! A informação não chega, por isso temos que ser multiplicadores de cidadania", conta.

Joselina percebe que ser uma agente e líder pastoral faz diferença na hora de ter os direitos garantidos, sobretudo com rapidez e eficácia. Ela lembra das vezes que ao mostrar a camisa da Pastoral, recebeu atendimento médico, quando, a princípio não o teria. "Será possível que tenho que ir a todo posto de sáude para as crianças terem o acesso ao atendimento quem têm direito?", questiona Jô.

XI Conferência Municipal de Saúde

Nos dia 23, 24 e 25 de setembro vai acontecer a décima primeira edição da Conferência Municipal de Saúde no Teatro Mário Lago do Colégio Pedro II, no Campus de São Cristóvão. Neste ano, o tema é "SUS para todos - seu acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o Sistema de Saúde do Rio de Janeiro". O evento é organizado pela Secretaria Municipal de Saúde e a Defesa Civil e contará com a participação de segmentos da sociedade civil e de autoridades da área de Saúde.

A Conferência vai avaliar a situação da Saúde e traçar estratégias para melhoramentos dos serviços nas esferas municipais, estaduais e federais, em conjunto com redes universitárias, filantrópicas e privadas que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) no Município do Rio.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Por uma outra cartografia

Neste último final de semana, dias 17 e 18, aconteceu no Morro da Conceição o Laboratório de Cartografias Insurgentes. O evento foi organizado pelo coletivo IP (interface pública) com apoio da Universidade Nômade, do i-Motirô e do Coletivo aCidade. Lideranças comunitárias, integrantes de movimentos sociais, de organizações não governamentais, pesquisadores, estudantes e artistas reuniram-se para pensar um modo diferente de se produzir mapas. Mapas críticos e que tenham sentido político-afetivo para quem os produziu.

Eu estive presente no primeiro dia do Laboratório. Foi uma experiência riquíssima e muito estimulante. Uma diversidade de pessoas reunidas em busca de uma resposta à forma cada vez mais desagragadora com que os territórios são representados, em nome de interesses particulares e contra os direitos humanos.

Mapa RPG Comunitário no Rio Comprido: cartografia insurgente feita por crianças

Como o próprio nome do Laboratório aponta, precisamos de uma geografia inclusiva, uma cidade inclusiva. Precisamos de um mapa que dialogue com o real e o imaginário da população, ou seja, com a memória, desejos e lutas. Para isso, é necessário planejamento, organização e troca de experiências e ideias. Eis o que fizemos, numa rede de solidariedade, resistência e cidadania.

Sim, é possível! Apesar de muitas dificuldades e questionamentos, vimos algums exemplos de cartografias insurgentes que deram e continuam dando certo. Os próprios criadores desses mapas alternativos foram lá compartilhar suas experiências.

Conheça dois canais interessantes que possibilitam a produção de cartografias insurgentes:
www.fronteirasimaginarias.org
www.fotos.midiatatica.info

Vamos cartografar e dar visibilidade aos nossos territórios!

Lívia